A gravidade impulsiona o movimento.
O desejo parece movimentar-nos também dessa forma:
Denso ou leve... fluido.
Chega-se a um ponto
No qual, várias outras possibilidades aparecem...
Já se confundem desejo e gravidade.
O movimento acontece.
Determinados lugares cedem:
arredam-se e espremem-se.
A ação realiza-se
e um emaranhado de (micro)fluidos
substancializam-se interiormente...
A hora da subida parece contradizer
com a gravidade, mas
nesse ponto percebo...
O desejo está do outro lado da balança,
como se tivesse vontade própria
e não precisasse impulsionar
em uma única direção...
O corpo de desejo sobe aos poucos,
em um diálogo com a gravidade.
Em certo momento se olha,
se percebe...
Houve uma reestruturação.
O corpo, o afeto, os desejos
já não são os mesmos...
Foram e continuarão sendo
transformados...
...Regidos pela mesma gravidade
que agiu no primeiro instante vital...
No atemporal - DESEJO.