quinta-feira, 20 de maio de 2010

Encontro... desejos

A gravidade impulsiona o movimento.

O desejo parece movimentar-nos também dessa forma:

Denso ou leve... fluido.

Chega-se a um ponto

No qual, várias outras possibilidades aparecem...

Já se confundem desejo e gravidade.



O movimento acontece.

Determinados lugares cedem:

arredam-se e espremem-se.

A ação realiza-se

e um emaranhado de (micro)fluidos

substancializam-se interiormente...



A hora da subida parece contradizer

com a gravidade, mas

nesse ponto percebo...

O desejo está do outro lado da balança,

como se tivesse vontade própria

e não precisasse impulsionar

em uma única direção...



O corpo de desejo sobe aos poucos,

em um diálogo com a gravidade.

Em certo momento se olha,

se percebe...

Houve uma reestruturação.

O corpo, o afeto, os desejos

já não são os mesmos...

Foram e continuarão sendo

transformados...



...Regidos pela mesma gravidade

que agiu no primeiro instante vital...

No atemporal - DESEJO.