sexta-feira, 26 de março de 2010

De volta ao preto


Esperei por tempos aquele momento. Entrar na sala preta (vulgo 8) me remeteu várias experiências que ali já tinham acontecido. Viver as relações. Viva todo tipo de relação! Principalmente aquelas que nós nunca esquecemos e que nunca esqueceremos. E se esquecermos, que seja para sempre. Quando se esquece para sempre, essas memórias se juntam às outras várias no inconsciente. Nada se esquece para sempre.
Os movimentos deslizavam. Rudolf Laban se presenciara na voz de Thaiom. Os sonhos se construíam e se concretizavam ao som de Tribalistas.
Na cena, personagens tomavam vida a cada som das palavras que soltavam. O garoto louco dizia: "Ele era grande, forte, alto". E a vida ali, no preto, se tornava grande, forte, significantemente bela. Viva a vida! Um salve a vida bela!

Amém saravá!

P.S.: O preto, como representação do nada, da ausência não me interessa. Imaginar o preto como a união, a presença, o tudo... me é racional e poético, afinal, o preto é a "mistura de todas as cores". O preto é a união, a presença de todas as imaginações, de todas as iluminações. É o amor do vermelho, a esperança do verde e a paz do branco, tudo junto e misturado.

segunda-feira, 15 de março de 2010

Artigo escrito por Natássia Garcia

RITO-TEATRALIZANDO SANTA DICA:
MEMÓRIAS, IMAGINÁRIOS E IMAGENS POÉTICAS


No fértil terreiro-teatro de experimentações teatrais encontrei-me com Santa Dica, uma personagem viva, in memoriam,  presente no estado de Goiás. Tomando por base discussões do Grupo Interdisciplinar de Estudos, Pesquisas e Criações Cênicas  SoloS de Baco[1] (EMAC, UFG); o livro Sete Léguas de Paraíso, um romance de Antônio José de Moura; e  utilizando conceitos de Victor Turner (1974), como liminaridade e communitas, pretendo no presente trabalho iniciar algumas reflexões acerca da história acontecida em Lagolândia (GO) e traçar diálogos entre aspectos rituais das manifestações desta comunidade...
 
Leia o artigo completo aqui: http://migre.me/oGho
Ou baixe o pdf: http://migre.me/oGg9

segunda-feira, 1 de março de 2010

O ATOR (aberto a riscos), A CIDADE (sem parar para ver), O PÚBLICO (afetado, afetando, efetivando o afeto)

A cidade afeta.
O público que não pagou está ali,
também afetando.
Trocando sentimentos,
distâncias eliminando,
entrando nos movimentos daquele que se abrira,
o artista.
A rua corre, os carros passam
e deixam suas marcas, sua fumaça,
suas memórias.
O espetáculo na rua submete o artista
e o passante a experiências humanas.
São relações que existem e se transformam
em afetividades únicas.
O tete a tete, o cara a cara,
os olhos nos olhos
fazem do ator público
e do público atores.
O risco eminente nessa experiência
coloca o ator em estado de alerta
e contribui para que o público também mude
sua forma de pensar.
Estar na rua não é querer,
é mistura de poder e necessidade de ser
como gente, como bixo, como arte.