segunda-feira, 1 de março de 2010

O ATOR (aberto a riscos), A CIDADE (sem parar para ver), O PÚBLICO (afetado, afetando, efetivando o afeto)

A cidade afeta.
O público que não pagou está ali,
também afetando.
Trocando sentimentos,
distâncias eliminando,
entrando nos movimentos daquele que se abrira,
o artista.
A rua corre, os carros passam
e deixam suas marcas, sua fumaça,
suas memórias.
O espetáculo na rua submete o artista
e o passante a experiências humanas.
São relações que existem e se transformam
em afetividades únicas.
O tete a tete, o cara a cara,
os olhos nos olhos
fazem do ator público
e do público atores.
O risco eminente nessa experiência
coloca o ator em estado de alerta
e contribui para que o público também mude
sua forma de pensar.
Estar na rua não é querer,
é mistura de poder e necessidade de ser
como gente, como bixo, como arte.

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