sábado, 12 de setembro de 2009


      Injeção de ânimo pra começar tão cedo. Meu sono mal administrado dava indícios de que seria um dia difícil. Mas não há força de vontade que supere assim logo de cara as limitações físicas (se há, o fato então é que minha fé não anda movendo as minhas montanhas). Deita e escuta teu corpo. Meu corpo hedonista reclama, queria ser mais forte, queria ser mais resistente, mais vivo, e me repreende por toda displiscência. 
Olho pra ela demonstrando balanços e impulsos tão macios e desejo pra mim aquela leveza, desejo pra mim entradas e saídas de solo tão fluidas, e isso me estimula a continuar. Mergulho, mas meus xx (¬¬) quilos caem feito uma âncora no chão. Minha liberdade de movimentos é cerceada por extremidades ósseas que não me sustentam. Mãos, joelhos, dorso do pé gritam embravecidos e tentam me dissuadir a não continuar, e eu fraquejo. Olho pro lado e todos parecem mais integrados àquilo tudo do que eu e antes que eu completasse esse pensamento ouço uma música. Meu corpo tinha então outro vigor. O ritmo compassado da música dava cadência aos meus movimentos e eles agora tinham vida. E era estranha a sensação de autonomia do corpo porque, ao contrário, ele estava dominado. Dominado pelo ritmo.
Em um momento me incomodei porque o som estava baixo, não chegava intensamente, e a música tinha um "crescendo" que pedia mais. Meu corpo pedia mais. Me desconcentrei.
Tudo tremia, um cansaço frenesi tinha me tomado, e de um dos giros eu não voltei mais. Continuei girando por dentro e vendo tudo por fora também girar. Mas tranquila, com a certeza de estar girando do lado certo da via.

2 comentários:

  1. Fico feliz de poder compartilhar seus giros...

    Nat.

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  2. por um momento achei que estivesse lendo meus pensamentos, hahaha, incrível como a gente se perde e encontra no outro.

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