domingo, 4 de outubro de 2009

Gracias a la vida...

Talvez fosse a alegria da noite anterior em que reencontrei velhos amigos, talvez fosse a determinação com que acordei àquela manhã, talvez fosse a energia de meus colegas, talvez fosse eu descobrindo a minha energia, talvez fosse nada disso, mas ontem foi especialmente bom pra mim.

Cheguei em casa, dores no corpo, liguei o som bem alto, me pus num susto embaixo da água gelada do chuveiro, eu sentia que precisava daquilo. Eu ainda estava em estado de dança. Saí dali, joguei um pano sobre o corpo e me deixei vibrar. Rodopiando nos espaços vazios da minha sala, tive uma pontada de receio, não estava sozinha, a qualquer hora alguém poderia aparecer.... ah, dane-se! que receio tosco! Minha dança cresceu pros corredores e pra dentro e fora dos cômodos, dancei com minha casa, dancei comigo. Descobri tanta coisa, senti tanta coisa, fui tão feliz. Ah quanto tempo eu não me permitia ser em minha própria casa?

Fui pega em flagrante uma, duas, três vezes, mas só parei quando o terceiro voyer, com seu olhar mesmo que encantado, anunciava nosso atraso para outros compromissos.
Claro, eu não sairia impune de tanta felicidade. Meus pés alérgicos inchados foram meu opróbrio. No final do dia eu já não andava.

Hoje amanheci chateada, pela dor e pela fragilidade do meu corpo. Mercedes Sosa morreu hoje, e eu senti muito. Vou deixar um vídeo no qual, lindamente, ela canta e oportunamente me faz lembrar de reclamar menos e dar mais "gracias a la vida, que me ha dado tanto"


*** A professora Marcela indicou o texto da Olivia Mindelo, Interseções entre gestos e olhares , no qual Ivani Santana e Armando Menicacci falam de suas experiências com a dança e as novas tecnologias. #ficaadica

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