quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Você: proporcionando um Eu

A voz ao longe, ressaltada pela presença...
Começou...
A aura translúcida entre o novo comando
E a primeira transformação.



O corpo ambiente,

Ambiente labirinto,

Labirinto descoberto...

Você, eu.

As lagrimas rolaram desde então,

A velhice tomando conta,

A saudade, angustia,

Ternura, lembranças...

Aquilo adentrava por cada poro,

Pela víscera,

Pelos olhos... consciência...



As curvas pesadas davam náusea,

A profundidade no estomago vazio,

Os olhos penetrantes, introspectivos,

Solidão...

A dificuldade pareceu pequena diante a poética,

A poesia do que se foi,

Do que é agora

E do que ainda vai embora – eu...

Arrepios se espalhavam pêlo a pêlo,

A dança com sua própria energia

Estimulava ainda mais a tempestade

Derramada na face...



Transformar, voltar a ser...

Como se um turbilhão se chocasse com o futuro

Estilhaçassem fagulhas do passado,

Desvendasse as novas curvas,

Arredondadas dos dedos ao fio de cabelo, suave,

Sensual, vivo... pronto para atacar e ser consumido...

O som movimenta os órgãos,

Pulsando o olhar ao fundo dos desejos,

O novo labirinto agora é de possibilidades,

Encontros e desencontros marcados pelo corpo,

Em letras, poesia escrita no corpo

Retrogrado em metamorfose...

Rolando pelo chão, pelos órgãos,

Medo, insensatez, insanidade...

Banhada pelo estar e não estar sob controle.



A luz entremeia os impulsos que antes choramingavam,

Era a nova perspectiva de reconhecer,

Reconhecer-se e perder-se novamente...

Papéis com fragmentos de memórias,

Memórias da outra, de prováveis “eu”s.



O choque não cede,

A infância, poluição sonora,

Pigarros, crenças descrentes com o tempo,

Anedotas e alegorias formando um espelho,

Vejo, vejo-me...

Integrado no arranjo dos cabelos,

Na mão movida pela automação,

Saturada e desprendida,

Pelo impulso de fora,

Reverberado pela informação,

Com poucas chances de experimentação...



Fases de uma vida,

Energias de uma memória,

A transparência da outra (do outro),

Mais uma vez preenchendo-me a alma,

Estimulando minha presença

E retribuindo com a chance de poder enxergar,

Desfrutar para além do olhar carnal,

Crítico, especulativo...

Desfrutar para alem de dimensões verbalizadas...

Desfrutar entre linhas de uma outra vida,

Que se choca com outras e mais outras...

Chamadas VOCÊ.



20/outubro/2009
*compartilhar com vocês um pouquinho do que senti...
beijosss

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